segunda-feira, 2 de julho de 2012

Diagnosticando...

Tudo muda, menos o mal da humanidade, que é o sistema  (ver primeira postagem deste blog).


Quem está inserido no sistema, vive loucamente, dorme pra trabalhar, acorda pra trabalhar, malha pra trabalhar; hora marcada pra ver tv, ler livro, ir no banheiro, lavar o cabelo, namorar e conversar no telefone. Ou seja, pressão sob pressão até nos momentos de lazer.


Quem está às margens do sistema, lê-se desempregado (ou com mais bom humor, "between jobs"), sente-se mal por não estar inserido no sistema e vive sob pressão tentando se inserir.


Ninguém consegue ser feliz diante de tanta pressão, daí depositamos a felicidade em pessoas ou coisas. Nas paqueras, no emprego, no celular, no carro... coisas falíveis e falidas. Por isso, temos que tomar "compensadores de alegria", ou como no livro de Huxley, soma, que não acho que se resumem aos casos mais óbvios como drogas pesadas e remédios psiquiátricos, incluo também a cervejinha do happy hour de sexta, aquele cigarrinho pra relaxar, um pedaço de chocolate pra ficar feliz, compras e mais compras no shopping pra justificar tanto trabalho (eu mesma adoro usar a máxima "é pra isso que a gente trabalha, né?!")...


E aí, I keep asking myself, é melhor ser alguém consciente, ser pensante, saber disso tudo, não poder fazer nada pra mudar, se deprimir por isso, e tomar um vinhozinho pra relaxar depois de toda essa reflexão ou simplesmente ignorar essa manipulação e não entender de onde vem essa angústia inexplicável?





2 comentários:

  1. Então fica a mesma pergunta que paira sobre BRAVE NEW WORLD: é melhor ter consciência sobre o sistema ou é melhor não ter tal consciência e continuarmos achando que somos mesmo resposáveis e donos do nosso controlado contidiano???

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  2. Quando se acredita que a vida prossegue após a morte do corpo físico, e que precisamos evoluir moralmente, acredito que seja melhor ter a consciência sobre como esse sistema é desgastante. Antes de ter essa convicção, eu me sentia muito angustiado, como a Carol mesma escreveu no texto. Porque realmente eu não via muito sentido só nisso aqui. É aquela frase de Paulo, parafraseada: Se não acreditarmos na vida após a morte, comamos e bebamos, porque amanhã morreremos. E isso pra mim sempre trouxe um vazio muito grande, até o dia em que descobri o espiritismo e consegui obter um objetivo de vida.
    Mas, mesmo com esse ideal espírita, ainda não estou preparado para me livrar completamente do sistema. Não estou preparado para ser um Francisco de Assis, que abdicou de todo o seu conforto material para ‘reformar ‘ a igreja católica e cuidar daqueles que passam fome, frio, etc. Acho que o ideal é que a gente vá se desapegando aos poucos deste tal sistema. Um dia ainda vamos compreender definitivamente que a felicidade depende mais do estado de espírito do que das circunstâncias exteriores. A gente tem que aprender a se bastar.

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