sábado, 5 de dezembro de 2009

Roubos

Diário de 04 de dezembro de 2009

Hoje o despertador roubou, de cara, meu sono.

A conversa com meu pai roubou a esperança de reconciliação com um ente querido.

Um amigo conseguiu roubar minha vergonha, e confessei a ele que estou, entre outras coisas, triste de formar.

Roubaram-me a atenção e conversei até numa aula chata.

Roubaram o banner que tinha a foto de todos os formandos e fazia a contagem regressiva para o grande dia.

Roubei-me a insegurança e fiz uma ótima prova.

Roubaram o retrovisor do meu carro!

A chuva tentou roubar minha saúde, ao descer do carro (aquele sem retrovisor).

O fast-food roubou minha fome e a possibilidade de uma refeição saudável.

Certas pessoas me roubaram a paciência e o equilíbrio, e daí fui sendo roubada:
Roubaram-me a classe e a delicadeza.
Roubaram-me um nome que eu vinha construindo de educação e cordialidade.
Roubaram-me o gosto de cuidar de uma festa pros outros.
Roubaram-me a concentração no estágio.

Meu afobamento me roubou meu cotovelo na quina do móvel.

Apesar disso tudo, não conseguiram me roubar o humor nem a vontade de continuar, mas de pouco em pouco, vêem roubando minha esperança nas pessoas....


segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Mariana

"Venha conhecer a vida
Eu digo que ela é gostosa
Tem o sol e tem a lua
Tem o medo e tem a rosa
Eu digo que ela é gostosa
Tem a noite e tem o dia
A poesia e tem a prosa
Eu digo que ela é gostosa
Tem a morte e tem o amor
E tem o mote e tem a glosa
Eu digo que ela é gostosa
Eu digo que ela é gostosa"


Boas Vindas - Caetano Veloso

sábado, 17 de outubro de 2009

Há um ano atrás...

Treze de outubro de dois mil et huit

A lune ta très jolie hoje... Minha tête anda meio comme ça... Penso que tenho que estudar para aula de économie de l’environnement et logo me vem à mente a économie mondiale, que est presque cassée. Avec l’économie mondiale quebrando, o euro vai nas alturas! E eu que quero voyager, bien manger, sortir, tenho que segurar a onda, porque a Capes depositou trois bourses de uma vez, e perder o controle et dépenser tout est très facile! Com o dólar e o euro lá em cima, a passagem pro mon amour vir fica bem mais chèr, mas j’espère que isso não o desmotive!

Mudando desse assunto de l’économie, que não tem une sollution e que faz chaufer la tête por gusto, o outono ta aí! E paisagem da fenêtre fica cada vez mais linda! Eu, comme une bonne bresiliénne, nunca vi tanta folhinha bonitinha e jeune caída par terre! Minhas anciennes aventuras pelo hesmifério norte foram só pendant l’hiver, así que nem folhas amarelas, nem verdes, nem de aucune coleurs... Aí o clima fica uma delícia! J’adore...

Na verdade, j’adore plusieurs de choses ici! Companhias diferentes,`divertidas! A majorité masculine, mas quem mandou escolher génie civil há quatro anos et demi? Agora acostume-se... Ah! Autre chose que eu descobri aqui é que eu não sou nem comilona e nem bagunceira! RS, Basta encontrar alguém que é ça plus que moi pra eu ficar me achando! To falando da minha collocataire. Super sympa! Já somos vraiment coupines! Mas poxa vida, ela mange beaucoup e deixa o quarto un bordel parfois! Além disso, reclama sem muita raison de plusieurs de choses! Me trata hiper bien, mas aos meus amigos pas, e isso me derrange un peu! Eu adoro ficar aqui com ela, a gente conversa e rigola horrores, mas é tão bom ficar toute seule lá...

Quanto às aulas, motivo principal de eu estar aqui, são très interessantes, un peu dificilles, mas até que já estou me acostumando! Difícil mesmo é concentrer dehors d’École pour étudier, são tantas coisas interessantes que tem nessa França... Il faut profiter, ne?! Six mois passam assim, vite, vite!

Os próximos planos são : Jeu de futebol demain en stade de France, Prague et Lyon en vacances (la semaine prochaine) !

Hum... fiz patte com champion hoje ! To virando professionelle na cuisine!

E é meio comme ça que minha cabeça ta...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Nós, as maquinas...

Espirrei no meu computador.
Ele pegou vírus, dos mais horríveis.
Tentei com os métodos mais básicos e caseiros, mas o chazinho de mel com limão nada adiantou.
Procurei um especialista, mas até aí os vírus já tinham se instalado no pobre computador, ele estava cada vez mais fragilizado.
Perdemos uma tarde de trabalho, eu e o especialista. Ele tentou diversas injeções, enquanto eu, apavorada, assistia de camarote a cruel cena.
Depois de muito sofrimentos e medos providos de nós 3 (eu, o especialista e a máquina) o bichinho foi pego pelo pescoço, o que nos tirou desta aflição.
Esta tarde de ansiedade me mostrou o quanto somos frágeis.
Nós, as máquinas....

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Crescer dói


Disso, todo mundo sabe. Hoje eu sei por um motivo em especial, as mudanças. Mudam-se os programas, os objetivos, os gostos, e, principalmente, o motivo de minha melancolia hoje, é que ao mudar tudo isso, mudam-se, necessariamente, as companhias.

Com caminhos, horários e gostos diferentes e em mutação, as velhas amizades não passam disso, amizades que não são mais atuais ou atualizadas.

É, eu demorei pra aceitar, ou melhor, estou demorando, mas a verdade é essa. Podemos pôr a desculpa nos trabalhos da faculdade, no trabalho que nos faz ficar até mais tarde, na presença do namorado, na falta do namorado, ou no simples clichê “falta de tempo”. Todos esses exemplos que dei, são reais, eles realmente acontecem rotineiramente, mas nenhum deles tem o poder de nos fazer sorrir sozinhos ao lembrarmos 20 anos depois... um encontro com amigos verdadeiros, sim.

Mesmo tendo o certo conhecimento de tudo isso e , intuitivamente, sabendo que nossos amigos também o tem, estou assim há tempos. Com a palavra afogada, sem ter para quem desafogar. Dúvidas que brotam, que não vejo com quem dividir. Programas que não vejo companhia possível...

A distância é assim, ela se instala, e por mais que eu tenha tentado que isso não acontecesse, não tenho o poder de conseguir sozinha.

Isso tudo faz parte de crescer, ser adulta!, me dizem. Pode até ser, estou, então, em fase de adaptação...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Reintegração


Uma notícia de grande destaque esta semana na mídia é a respeito da reintegração de posse de uma área pertencente a uma empresa de ônibus da capital paulista, que foi “invadida” tornando-se uma favela de nome Olga Benário e, até ontem, abrigava mais de 800 famílias.

Diversos fatos chamaram minha atenção neste triste episódio de nossa história, posso começar pela maneira dos nossos mais importantes jornais de nos passar a notícia: “Moradores resistem à reintegração de posse na Zona Sul de SP” (Portal G1); “Cerca de 800 famílias se recusaram a sair de terreno invadido há dois anos e enfrentaram a tropa de choque da Polícia Militar, que cumpria a ordem de reintegração de posse” (Jornal Nacional); e etc.

Fiquei muito assustada ao ver as fotos, vídeos e depoimentos da população “resistente”. Idosos, doentes físicos e mentais, crianças tentando salvar umas as outras, me senti assistindo a um filme de guerra, que possui aquelas cenas atrozes que nos fazem sofrer e agradecer aos céus por isso não existir mais ou aqui no Brasil, é... era isso que eu pensava...

O que muito me assusta é o pensamento que a mídia tenta (e consegue, vide comentários de leitores na internet) instalar nas cabeças brasileiras. Somos levados a ver todas as situações do lado do poder. Um grande empresário tinha um terreno que foi invadido. Querendo de volta o que é seu, entra na justiça para reavê-lo, ganha a causa, deseja a retirada da população que, rebelde, nega a saída. Quanta injustiça com este empresário, e que brutalidade desta população!

E se tentássemos olhar pelo outro lado. O lado de um cidadão que não tinha onde morar e via um terreno lá, vazio, abandonado. Com esforço, ergueu uma casa para si, tentando dar abrigo aos seus (reitero a palavra casa, porque, o que chamamos de “barracão”, é a única casa de grande parte dos brasileiros). Levou a mãe, a esposa e filhos. Após algum tempo, o dono desta terra (vale lembrar que é uma empresa, nem mesmo uma pessoa física) decide que quer o terreno de volta e que, se ele não sair, terá sua casa demolida. Você aceitaria sem resistir?

Não cabe a mim, nem a você, discutir se todos ali assentados têm esta história que “criei” acima. Como alguns justificam, pode sim haver pessoas de má fé, que são “contratadas” por grileiros ou qualquer outro caso contado por aí, mas continuo acreditando que deve ser a minoria, já que estamos falando de 800 famílias, e prefiro não tomar uma pequena parte pelo todo.

Para finalizar, escutei um comentário de Ricardo Boechat da Rede Band News e achei curioso. O nome da favela, Olga Benário, refere-se a uma alemã militante comunista, esposa de Luiz Carlos Prestes, que após ter lutado pela população brasileira foi entregue (grávida) por Getúlio Vargas aos braços de Hitler, acabando em uma câmara de gás. Parece-me um representativo nome para os injustiçados.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Essa tal de ansiedade que não me deixa...

Queria ter menos pressa...

Menos pressa de acabar logo a escola para entrar na faculdade...
Menos pressa ao ir a faculdade todos os dias querendo formar logo!

Tomar café da manhã sem pressa de começar logo o dia...
Almoçar com a menor pressa de voltar ao batente!

Passar o dia sem pressa que ele acabe...
Aproveitar a noite não tendo pressa para ir para a cama...
Dormir tranquila, sem ter pressa que o outro dia comece logo!

Aproveitar com cautela os dias do mês, para não ter que esperar o fim dele com pressa...
Aproveitar os meses do ano, e se surpreender com a chegada do carnaval, sem ter tido pressa que isso acontecesse!

Com menos pressa, eu prestaria atenção em cada detalhe do filme, sem preocupar somente com o fim e os minutos restantes...
Os livros que leio seria melhores absorvidos por mim, se eu não aguardasse com tanta pressa a última página...
Eu teria uma melhor opinião política, se não passasse apressadamente pelas manchetes do jornal!

Tenho pressa!
Pressa em viver, em amar, em crescer...
Sem perceber que tudo isso já está acontecendo, estando eu apressada, ou não!
Vão, vão!!!

Fonte da imagem: littlekate.wordpress.com/2008/08/


quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Falando nisso...

O Leão e o Ancião

Caído no meio da escuridão

Recentemente abatido, ferido mortalmente

Onde estará minha mente?

Estarás doente? Ausente?

Sem perceber, eu era a caça!

Que caçava sem piedade...

Que desejava que fosse minha vez

De alimentar alguém com sangue, com carne, com espírito...

Não havia esperança, mas eu não desistiria.

Como um leão solitário, a vagar na penumbra da noite,

Sem medo algum de um impossível inimigo...

Medo sim, de acordar só mais uma vez...

E assim vagava eu por um deserto...

Infinita escuridão, com seu fim tão próximo...

Foi como o Sol, colorindo meu mundo no alvorecer,

Tocando meu corpo levemente como a seda,

Esquentando progressivamente como o fogo em uma noite fria,

E, de repente, havia vida no deserto!

A caçada chegou ao fim!

Enfim livre das grossas cordas da solidão? Será que amarrado novamente em uma paixão?

Cessaste a torturante agonia de um andarilho? Iniciaste a tão desejada aventura?

Ou seria apenas mais uma vítima, como eu?

Seriam as cores uma alucinação?

Causadas por um forte químico? Ou por uma química forte?

Será que viverei sempre um jogo? Onde não há ganhadores, somente perdedores?

A questão é elementar... é no que deseja-se acreditar...

Mesmo que a dor seja o troféu...

Mesmo que eu caia novamente na fria noite...

Mesmo que volte a perambular pelas penumbras de um fétido subúrbio...

Tomarei o perfume dessa flor! Beberei seu néctar como saliva...

E abraçarei como se fosse minha aquela vida!

Me entregarei como fazia para com a noite fria...

Tomarei essas cores para mim!

Que caia a noite agora, para um dia cair a noite sem fim.......

Rodrigo Amaral Bonatti

Em alguma manhã de maio...


PS: Não sei a sensação de ser poeta, mas adoro ser a musa inspiradora de um (rs)


quarta-feira, 29 de julho de 2009

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Falha no Sistema




Com certeza, esse é o problema! A causa primeira de todos os males, sejam ele individuais, coletivos, sociais...

Por exemplo, diferença social: conseqüência do sistema capitalista. Censura: culpa do sistema ditatorial. Câncer: falha do sistema imunológico. Trânsito intenso: sistema de transportes ineficiente.

Sem falar naquele “sistema” citado por muitos, principalmente os prestadores de serviço, aquele genérico, que ninguém que o cita seria capaz de defini-lo. “A consulta com o doutor Tal não foi marcada devido a um problema em nosso sistema.” “Não estamos conseguindo localizar sua demanda, ela não está em nosso sistema.” “Impossível realizar sua matrícula nesta disciplina, o sistema não permite!”

Existe também a conhecida situação onde um grupo inteiro de pessoas é obrigado a parar de trabalhar ou exercer alguma função por “pane no sistema”.

Aí eu fico pensando quem foi que criou esse ser tão poderoso que controla todos e todas as situações. Como e quando foi que o sistema criado pela humanidade, conseguiu superá-la, uma vez que algumas ações desta estão condicionadas ao normal funcionamento do sistema.

O criaram, encheram de regras, exceções, procedimentos... e eu procuro, incessantemente, a tecla “log-out”, ou “sair do sistema”, para que eu possa voltar a fazer aquilo que eu acho que deve ser feito, o sistema querendo ou não.

Quem sou eu

Sou uma menina de 23 anos que vai se formar no final do ano em Engenharia Civil, pela UFMG. Sempre quis estudar lá, mas nem sempre quis esse curso. Tento salvar o meio ambiente, mesmo trabalhando numa mineradora. Sou muito preocupada com emprego e vida profissional, odeio não ter independência financeira. Tenho uma família maravilhosa, morreria pelos meus pais, meus irmãos e minha sobrinha, que ainda vai nascer. Fui criada com muito carinho e mimo, sou a única mulher da minha casa e a caçula. Tenho um namorado maravilhoso, que faz momentos comuns tornarem inesquecíveis e trata de mim igual eu fui criada, com muito carinho e mimo. Quero economizar para poder comprar meu apartamento, casar logo e ter minha família. Sou tradicional, quero ter filhos, um só marido, numa casa com quintal e uma mesa grande, pra caber a família inteira nos domingos. Sou cheia de amigos e amo muito, cada um deles, o que às vezes me faz sofrer de saudades.
Não sou consumista, mas adoro roupa nova e nunca estou satisfeita com meu guarda roupa. Fico muito triste com as injustiças do mundo e sinto que devia fazer mais para saná-las. Adoro comer, principalmente bobagem, mas fico com peso na consciência e acabo não comendo, sou bem racional, e esse é o único motivo pelo qual faço esportes, gostar, eu não gosto não... Não gosto de comer frutas, mas adoro uma salada!
Adoro viajar! E a parte mais gostosa disso pra mim, é voltar pra casa!
Durmo pouco, estudo muito, leio muito, apesar de ser muito ansiosa e querer chegar logo no fim do livro. Bebo e não fumo. Faço trabalho voluntário no Centro Espírita, mas queria fazer mais. Muitas vezes prefiro ônibus ao carro. Faço terapia há uns 4 anos e não pretendo parar tão cedo, queria que todos ao meu redor fizessem também.
Já morei algumas vezes fora do país, e por isso falo inglês, espanhol e francês, tudo isso mais ou menos, e com forte sotaque mineiro, do qual não tenho vergonha!
Adoro música e adoro escrever, às vezes saem boas coisas, às vezes não, mas o resultado pra mim pouco importa. Tenho pé atrás em mostrar as coisas que escrevo, como nesse blog, que ainda não mostrei pra ninguém.
Meus pais lutaram contra a ditadura e são socialistas, talvez seja por isso que torço o nariz para o capitalismo e seja doida pra ir a Cuba.

Tenho o péssimo defeito de achar que sou a dona da verdade. Talvez por acreditar muito nas minhas verdades (que mudam constantemente). Uso óculos, já usei aparelho e já mudei meu nariz.
Já fui a muitas cidades diferentes do mundo, mas a que eu tenho mais vontade de voltar é Arequipa, no Peru, talvez porque lá eu tenha vivido com muita intensidade.
Sou tudo isso, sou menos e também muito mais.