Caído no meio da escuridão
Recentemente abatido, ferido mortalmente
Onde estará minha mente?
Estarás doente? Ausente?
Sem perceber, eu era a caça!
Que caçava sem piedade...
Que desejava que fosse minha vez
De alimentar alguém com sangue, com carne, com espírito...
Não havia esperança, mas eu não desistiria.
Como um leão solitário, a vagar na penumbra da noite,
Sem medo algum de um impossível inimigo...
Medo sim, de acordar só mais uma vez...
E assim vagava eu por um deserto...
Infinita escuridão, com seu fim tão próximo...
Foi como o Sol, colorindo meu mundo no alvorecer,
Tocando meu corpo levemente como a seda,
Esquentando progressivamente como o fogo em uma noite fria,
E, de repente, havia vida no deserto!
A caçada chegou ao fim!
Enfim livre das grossas cordas da solidão? Será que amarrado novamente em uma paixão?
Cessaste a torturante agonia de um andarilho? Iniciaste a tão desejada aventura?
Ou seria apenas mais uma vítima, como eu?
Seriam as cores uma alucinação?
Causadas por um forte químico? Ou por uma química forte?
Será que viverei sempre um jogo? Onde não há ganhadores, somente perdedores?
A questão é elementar... é no que deseja-se acreditar...
Mesmo que a dor seja o troféu...
Mesmo que eu caia novamente na fria noite...
Mesmo que volte a perambular pelas penumbras de um fétido subúrbio...
Tomarei o perfume dessa flor! Beberei seu néctar como saliva...
E abraçarei como se fosse minha aquela vida!
Me entregarei como fazia para com a noite fria...
Tomarei essas cores para mim!
Que caia a noite agora, para um dia cair a noite sem fim.......
Rodrigo Amaral Bonatti
Em alguma manhã de maio...
PS: Não sei a sensação de ser poeta, mas adoro ser a musa inspiradora de um (rs)
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